O jovem Arquiteto Arthur Seabra fala sobre arquitetura e ilustração
Destaque com o desenho do “cacto” que ilustrou o ambiente “Quarto do Casal”, na Mostra SENAI de Arquitetura, o arquiteto e urbanista, Arthur Seabra revela que foi na infância que desenvolveu o hábito de desenhar. “Sempre ouvia dos familiares “ele desenha, vai ser arquiteto”. E cresci com essa associação da profissão que queria seguir, ser arquiteto e trabalhar desenhando com criatividade, técnica e arte”. Em entrevista ao CAU/RN, o profissional fala sobre arquitetura e sua paixão por desenho.
Quais os maiores desafios de viver da arquitetura?
Viver da arquitetura é um desafio, pois precisamos estar atento à muitos aspectos de inspiração, como estética, moda, cinema e normas técnicas. Trabalho com a beleza visual e a funcionalidade. O maior desafio para mim é conciliar isso, ser criativo e ser técnico ao mesmo tempo em que preciso ser inovador.
Além de admirador das artes, você é um artista. Como foi que o desenho surgiu na sua vida?
A arte surgiu na minha infância, quando eu queria criar histórias para passar o tempo, durante as tardes em que ficava na casa da minha avó. Desenhava alguns dinossauros, em seguida comecei a desenhar pessoas e depois prédios e cenários para esses personagens.
Em 2013 você foi o responsável pelas ilustrações de um caderno especial da Tribuna do Norte. Foi daí que você resolveu profissionalizar essa arte?
Comecei a me ver como artista profissional quando participei de um grupo de desenhistas quando morei na Irlanda, e juntamente com eles expus e comercializei as artes em Dublin. Isso foi em 2011/2012 e no ano seguinte ilustrei dois livros e a série para o jornal e as coisas comeram a acontecer.
Atualmente você é ilustrador no jornal Tribuna do Norte. Como é conciliar a arquitetura com o desenho profissional?
Ilustrei duas séries para o jornal Tribuna do Norte em parceria com o jornalista Gustavo Sobral. A primeira foi a “Casas” era sobre residências do Brasil, o segundo foi o “Diário do Norte”, sobre uma viagem do jornalista para essa região do país. Essa semana foi publicado o último capítulo da série no jornal e também finalizei a criação de novas estampas para uma marca de óculos de Salvador.
Amo o que faço, que é criar. Então vejo a arquitetura e a arte como sendo a mesma coisa nesse aspecto. Pois quando vejo as duas áreas, enxergo o ponto em comum que me motiva nos dois campos, que é a criatividade. Me fascino com a transformação de um espaço com reforma, ambientação ou a mudança de um papel em branco para uma tela colorida.
O que você mais gosta de retratar em seus desenhos?
Gosto de retratar o trânsito, a cidade e a natureza.
A fotografia aparece na sua vida como um Hobby?
Sim, gosto de fotografia principalmente por ser uma das principais fontes de conservar meu trabalho. Nada como entregar a obra ao cliente e em seguida fotografar ou criar uma arte urbana e arquivar em foto. Ultimamente tenho me dedicado muito ao instagram e a criação do meu site.
Qual a inspiração que o tempo em Dublin trouxe pra suas atuações?
Aprendi muito durante meu período na Irlanda, desde o campo pessoal até o profissional. Foi lá onde priorizei uma rotina para controlar minha criatividade, então com essa ferramenta em mãos pude aproveitar cada detalhe das inspirações que o país me oferecia.
Na primeira Mostra Senai de Arquitetura você desenhou um cacto no seu ambiente. Elemento que chamou a atenção dos visitantes. Mas por que um cacto dentro do quarto do casal?
A ideia do cacto era trazer o regionalismo da nossa cidade par ao ambiente, onde fizemos uma homenagem à Natal com tons de azul representando o mar e uma escultura na parede com fiação flexível, formando o desenho da cidade.
Como você avalia a realização da Mostra, em parceria com o Conselho, para os arquitetos?
Acredito que foi uma experiência muito positiva participar da Mostra SENAI de arquitetura e contar com o apoio do CAU foi um momento de partilhar conhecimento e criatividade, onde os arquitetos mostraram que é possível se fazer arquitetura com bastante sustentabilidade.
Suas pinturas estão espalhadas por vários ambientes em Natal. Quando você acredita que a pintura pode adentrar em um ambiente. Seja em casa ou empresa?
Acredito que a pintura é bem vinda seja em residências ou empresas. Sem a arte, a renovação e a vida não acontece.
Existe algum grande nome que te inspira, seja no desenho ou arquitetura?
Existem grandes nomes como Zaha Hadid, Oscar Niemeyer, Van Gogh e Carybé. Além de todos os outros arquitetos e artistas que pude conviver até hoje.
Parabéns Arthur! Belo trabalho.