Gracita Lopes – Nome forte na Arquitetura Potiguar
Foto: Cedida
Formada pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte –UFRN, Gracita Lopes é um nome forte na arquitetura potiguar, reconhecimento fruto dos seus 30 anos de profissão, aliado a satisfação de ver a arquitetura em tudo que faz, ao ponto de dizer que nunca tira férias. Contemporânea, ela prima pelo aconchego e pela sustentabilidade, sempre respeitando o gosto do cliente. O desafio para essa grande mulher é ser surpreendida e surpreender o cliente diariamente. Homenageando as mulheres do Estado, o CAU/RN a escolheu para representar o sexo feminino no Dia Internacional da Mulher.
O que te fez escolher arquitetura?
GL: As estórias em quadrinhos, o gosto pelo desenho, por cinema, a estética do sertão…
Qual área de atuação na arquitetura que te fascina?
GL: Adoro trabalhar com arquitetura e interiores. Uma complementa a outra.
De onde vem à inspiração para seus projetos?
GL: Do olhar. Falo que arquiteto nunca tira férias. Viagens, pesquisas, livros, observação.
Como é conciliar a carreira com a família?
GL: A carreira me emociona, me deixa “viva”. A família é a minha base. Tenho uma filha do primeiro casamento. Três enteados do segundo casamento. Um grande amor na maturidade.
O que a família representa na sua vida?
GL: Meus pais e irmãos, tios e primos, são todos minha referência. Meu marido e filhos são a continuidade de tudo que aprendi.
Como você descreve seu trabalho?
GL: Um trabalho focado em cada cliente. Contemporâneo, com referências regionais. Aconchegante e sustentável.
Quem é Gracita Lopes?
GL: Uma profissional realizada. Que ama o que faz.
Qual o projeto que mais te marcou?
GL: Ah! Todos são tão intensos! As casas com vãos abertos. As clínicas com atmosfera aconchegante. O Restaurante Camarões com seu muxarabi gigante.
O que te desafia diariamente?
GL: Surpreender o meu cliente e me surpreender!.
Como você enxerga mulher na arquitetura?
GL: Uma profissional cuidadosa, detalhista e muito comprometida.
A lista de mulheres e arquitetas ilustres ainda é pequena em relação a de homens. Você concorda com isso?
GL: Me parece um fato: mas Janete Costa, Freusa Zechmeister, Zaha Hadid,Patrícia Urquíola, Lina Bo Bardi….São tantas referências! E todas brilhantes!
Como você vê o fato de 60,65% dos arquitetos registrados no CAU/BR serem mulheres?
GL: Acredito que a valorização do mercado da ambientação, consequência de vários fatores sociais, imobiliários, o aumento de faculdades particulares fizeram com que as mulheres se dedicassem mais a arquitetura nos últimos anos.
Você acredita que ainda exista hierarquia em empresas que beneficiam homens em questões salariais?
GL: Sim, infelizmente isso é um fato!
De acordo com o livro “To be come an architect”, da autora e arquiteta Tabitha Ponte, a falta de flexibilidade em ambiente de trabalho e comportamento machista de clientes e até colegas de trabalho ainda são obstáculo para o desempenho do trabalho de uma arquiteta. Você concorda?
GL:Não tenho essa vivência no meu escritório. Não sinto isso por parte dos Engenheiros e colegas que convivo. Às vezes me surpreendo numa obra, orientando mestres e dando soluções para engenharia. Sentindo o respeito de todos.
Que conselho você pode deixar para estudantes e arquitetos que estão entrando no mercado de trabalho agora?
GL: Que precisam no mínimo de dois anos de experiência em escritórios, antes de começar a vida profissional. Que arquiteto só projeta bem depois de vinte anos de formado. Que tenha ética e defenda o seu trabalho e o seu cliente.