Entrevista com Alessandra Marinho
Graduada em Direito e Arquitetura e Urbanismo, a atual diretora do Departamento de Licenciamento de Obras e Serviços – SEMURB, Alessandra Marinho, vai falar sobre “Acessibilidade” na próxima edição do Papo Reto do CAU/RN, que vai ocorrer no próximo dia 26 de agosto, às 15h, no auditório do CREA/RN. Na oportunidade, ela vai falar dos trâmites da liberação de projetos de acessibilidade, entre outros em uma palestra com duração de cerca de 1 hora, dependendo dos questionamentos do público. Confira a entrevista abaixo e não deixe de participar do evento.
Qual a importância da acessibilidade em um projeto?
Com um projeto acessível, é possível atender um maior número de visitantes e usuários para o espaço, garantindo a inclusão de diversos grupos da sociedade, Não só pessoas com deficiência, mas àqueles que buscam conforto e segurança ao saírem de suas casas ou dentro de seu próprio condomínio residencial. São gestantes, mães com crianças pequenas que transitam com carrinhos de bebê, idosos, crianças, acompanhantes de uma pessoa com deficiência, ou que estejam temporariamente com determinada limitação.
Além da questão social, como forma de materializar essa necessidade, para que seja possível a aprovação e legalização de um projeto de uso público, coletivo ou que contemple áreas comuns, como um multifamiliar, é imprescindível que se garanta a acessibilidade. E cabe ao Poder público conscientizar a população de tal importância, como também exigir o atendimento às legislações que abarcam o tema.
Quais os cuidados Q se deve ter em um projeto de acessibilidade?
Desde a concepção do projeto, é importante pensar nos espaços, de forma que fiquem acessíveis à todos, com o intuito de se evitar adequações futuras que acarretem prejuízos ou mesmo inviabilize a legalização do projeto.
Um dos primeiros pontos é imaginar para quem é aquele projeto. Se for um residencial unifamiliar, obviamente, haverá a opinião direta do cliente, apesar de que, é de suma importância, alertá-lo sobre a possibilidade de criar espaços adaptáveis, caso a intenção seja permanecer morando naquele local por tempo indeterminado. Mas projetos que funcionem para uso público, coletivo ou possua áreas de uso comum, como um condomínio residencial, precisam ser desenvolvidos de forma a garantir o acesso do maior grupo de pessoas possível, baseando-se sempre no conforto, segurança e liberdade de acesso e convivência de todos no mesmo espaço, evitando a exclusão ou segregação de qualquer indivíduo.
A acessibilidade é fundamental?
A acessibilidade é fundamental em virtude de promover a inclusão à todas as pessoas e garantir o atendimento ao princípio da dignidade humana. Além disso, para um empreendedor, por exemplo, um local acessível, abrange um maior número e diversidades de visitantes, como também, aumenta a vida útil daquele local, tendo em vista que a população, mesmo envelhecendo, irá continuar frequentando-o, pela simples oferta de um espaço adequado à maioria das necessidades.
Natal possui um grande numero de pessoas com deficiência. Se não garantimos espaços acessíveis para essas pessoas, impedimos a liberdade de acesso para esse grupo, tirando um direito de convívio em sociedade e igualdade, que é deles, além de acarretar impacto na própria economia, entre outros fatores.
O que pretende apresentar no evento p o profissionais de arquitetura?
Pretendo, inicialmente, tentar conscientizar os profissionais sobre a importância do tema, mostrar situações de edificações vistoriadas pela SEMURB, atualizar os profissionais sobre o trâmite dos processos perante às atualizações das legislações e evidenciar itens da norma que possuem maior incidência de falhas no momento do licenciamento, para que sejam dirimidas duvidas, que porventura possam existir.